"Absentia" - Ausência de Qualidade
"Absentia" era uma das séries que tinha em stand by na minha box. Estreou com grande pompa e circunstância em todos os canais AXN. A premissa pareceu-me interessante o suficiente para despertar a minha curiosidade. Uma agente do FBI desaparece ao perseguir um serial killer e é dada como morta mas reaparece após 6 anos, presa numa cabana no meio do bosque e sem memória do que lhe aconteceu. A partir daqui é a própria agente que vai tentar desvendar o mistério do seu desaparecimento, ao mesmo tempo que tenta recuperar a família e provar que não está envolvida numa série de crimes nos quais parece estar implicada.
Através de inúmeros flashbacks, vamos percebendo que durante os anos que esteve desaparecida, a agente esteve presa numa câmara com água, num sistema de tortura por afogamento, criado por uma qualquer mente doentia.
O meu interesse manteve-se apenas até ao 3º episódio e a partir daí foi sempre a descer. São tantos os lugares comuns, as situações inverosímeis, as incongruências no argumento que se torna penoso. Não fosse a minha mania de ver as séries até ao fim e teria desistido a meio. O último episódio foi mesmo um sacrifício, do género "mas isto nunca mais acaba!".
É suposto ser credível que uma pessoa que esteve presa durante 6 anos num tanque com água esteja num estado físico e psicológico capaz de recuperar de um dia para o outro e pronta para perseguir o suposto serial killer? É suposto ser credível que alguém neste estado resista a uma operação sem anestesia feita por um irmão/médico e fique pronta para a acção como se nada fosse? Já para não falar que a senhora, apesar de estar permanentemente em fuga, apresenta sempre uma manicure e maquilhagem impecáveis. Parece que podemos deixar tudo para trás menos o rimel.
E se a história consegue ser bastante má, os actores não lhe ficam atrás. Stana Katic, no papel da agente do FBI é a menos má mas todo o restante elenco é verdadeiramente mau. Aqui o óscar vai mesmo para Patrick Heusinger, no papel do marido. A expressão é sempre a mesma, é doloroso de ver. E o suposto sotaque de Boston? Se queriam uma boa lição deviam ter visto algumas temporadas de "Ray Donovan", podiam ter aprendido qualquer coisa.
Alguém devia explicar aos criadores da série Matthew Cirulnick e Gaia Violo, que não basta empilhar twists para tornar um argumento interessante. Fazer sentido, ter coerência também tem a sua importância.
Esta é uma série que não acrescenta nada à temática dos serial killers e o que tem de melhor é o trailer. Tanta série para ver e fui perder o meu tempo com isto. E parece que já está assegurada uma 2ª temporada na Amazon. Sei bem quem não a vai ver.
O BOM - o trailer
O MAU - as incongruências no argumento, a representação, Patrick Heusinger
VEREDITO - não vale o tempo perdido